«Haiti atravessa sua tragédia natural (terremoto), sócio-política e econômica na mais profunda solidão»
Na tarde do dia 20 de abril, o Instituto Sustentabilidade América Latina e Caribe (InS) teve a alegria de receber o Pe. Jesuíta Dr. Rogério Mosimann. Ex-aluno do Programa de Doutorado da Faculdades EST, o Pe. Rogério defendeu a tese “Sempre o bem dos pobres: o pastor Oscar Romero, o teólogo Jon Sobrino e o povo salvadoreño (um tríptico eclesial e sua atualidade para o século XXI)”, que possibilitou também um período de pesquisa em El Salvador. Pe Rogério atuou com Capelão na UCPel, Pelotas-RS, e seguiu em 2015 para trabalhar num centro jesuíta no Haiti.
De passagem pelo Brasil, o Pe Rogério encontrou um tempinho para uma conversa de hora e meia com a Equipe Operacional do InS e pessoas convidadas. Ele falou, de forma breve, sobre o seu trabalho no Haiti, mas se concentrou, sobretudo, nas questões relativas à imagem do país na mídia internacional, as dificuldades políticas internas, o futuro da nação e sobre o tipo de teologia mais adequado àquele contexto.
Se notícias dos países caribenhos são raras na mídia da América Latina, notícias sobre o Haiti são ainda mais remotas. Pe. Rogério entende que há um verdadeiro processo de invisibilização do país caribenho. Haiti atravessa sua tragédia natural (terremoto), sócio-política e econômica na mais profunda solidão. No seu entender, as forças estrangeiras humanitárias que apoiam o país não se dão conta disso e, portanto, podem fazer muito pouco para inserir o país em uma geopolítica mais favorável.
Tendo sido o primeiro país da América Latina e do Caribe a alcançar sua independência, o Haiti conheceu até agora poucos momentos de soberania e a miséria e a violência têm afligido este povo com frequência. Recentemente, o agravamento da situação em virtude do terremoto de 2010 desencadeou uma onda migratória. Muitos haitianos têm chegado ao Brasil e experimentado práticas contraditórias de hospitalidade.
O bate-papo alternou informações e reflexões sobre as possibilidades de o restante da América Latina e do Caribe aproximar-se mais do Haiti. A incrível resiliência do povo haitiano e a aproximação solidária da América Latina e do Caribe podem erguer sinais de uma teologia da esperança desde a margem.
Por: Equipe operacional